Vinho da Madeira Barbeito Verdelho Ribeiro Real 20 Anos

Um pouco de História:

O Infante D. Henrique, a quem seu irmão o rei D. Duarte doou a Ilha da Madeira, descoberta pelos portugueses em 1420, mandou plantar na costa sul da ilha videiras trazidas de Creta, que por aqui encontraram condições tão favoráveis de clima e composição dos solos vulcânicos, que produziram vinhos únicos no Mundo. Existem registos da exportação de vinhos da Madeira antes de 1460; depois do casamento da Infanta D. Catarina de Bragança com Carlos II, em 1660 começaram a ser exportados em grande escala para Inglaterra. Nos séculos XVII e XVIII muitos navios aportavam no Funchal e adquiriam grande quantidade de vinho da Madeira para fornecer à Inglaterra, aos países do norte da Europa, à Rússia e posteriormente às colónias destes países. Ao longo do século XVIII os Estados Unidos da América foram o principal mercado da Madeira que foi o vinho utilizado em 1776 para brindar a assinatura do acto da Independência daquele país. Entre os produtores dos melhores vinhos da Madeira, contavam-se famílias muito antigas nesta ilha, como os Favila Vieira. No reinado de D.Luís I (1838-1889), um vinho de Canteiro Favila obteve mercê de uso de insígnias da Real Casa de Bragança; um Malvazia produzido pelo Conselheiro Vieira foi premiado com uma medalha de Ouro na exposição internacional de Paris de 1889. Alguns dos vinhos mais apreciados provinham da fazenda do Ribeiro Real, herdada por um dos ramos daquela família. Nesta zona de fértil solo vulcânico e com excepcional exposição solar, de vinhas plantadas em socalcos a duzentos metros de altitude, tiveram origem vinhos da casta Tinta Negra produzidos em meados do século XX, afamados pelo seu particular aroma, corpo e complexidade.

A produção do Ribeiro Real é conhecida há muitos anos pelos Vinhos Barbeito. Fundada em 1946 por Mário Barbeito Vasconcelos, a empresa caracterizou-se sempre por uma gestão familiar. A própria filha do fundador, Manuela de Vasconcelos, que já trabalhava na empresa desde 1972, assumiu a direcção em 1985. Dando continuidade ao trabalho iniciado por seu pai, Manuela teve um papel muito importante na consolidação da Vinhos Barbeito nos mercados nacional e internacional, durante a década de 1980. Em 1991 Manuela entregou a direcção da empresa a seu filho, Ricardo Diogo Freitas, que preservou os métodos tradicionais na produção do vinho da Madeira, recuperou processos esquecidos, trouxe à Vinhos Barbeito uma nova energia, modernização tecnológica e espírito de inovação. Desenha vinhos artesanais produzidos a partir de castas tradicionais, vinhas únicas ou cascos únicos. Ricardo Diogo Freitas imprime também a sua assinatura em lotes de vinte, de trinta, quarenta ou mais anos. Sob sua orientação, foram seleccionados vinhos do Ribeiro Real amadurecidos em cascos antigos de carvalho Francês que constituem componente importante deste lote. O resultado é este vinho delicioso, de aromas extraordinariamente fragrante e de sabor intenso, delicadamente pungente.      

Castas: Verdelho, Tinta Negra.

Vinificação: Verdelho da área do Seixal e Ribeira da Janela e Tinta Negra de Câmara de Lobos. Uvas Tinta Negra pisadas a pé em lagares tradicionais e o Verdelho por prensa contínua. Interrupção da fermentação através da adição de álcool vínico (96%).

Sugestões de Consumo: Este vinho foi envelhecido em pipas e engarrafado no seu estado mais puro mantendo-se em boas condições durante vários meses após a sua abertura.