A GARRAFA: BREVE HISTÓRIA
De facto, uma garrafa não é apenas uma garrafa...Por o vinho ser um produto vivo que continua a evoluir até ser consumido, a forma como o mesmo é acondicionado é extremamente importante dado que o recipiente escolhido deve permitir que o vinho envelheça de forma adequada e que conserve as suas características até ao momento do consumo.
O vinho engarrafado começou a ser comercializado no século XVIII. Inicialmente, o armazenamento e transporte do vinho ocorria de forma artesanal em ânforas de barro ou em peles de animais e, mais tarde, em barris de madeira. Com a introdução da garrafa de vidro deu-se um grande avanço, pois só assim se conseguiu conservar o líquido hermeticamente fechado, permitindo não só aumentar a sua vida útil como impedindo-o de se transformar de forma precoce em vinagre.
Nos dias de hoje, são vários os formatos, cores e tamanhos das garrafas nos quais o vinho é comercializado.
A GARRAFA: TIPOS E FORMATOS
Actualmente, a escolha do tipo de garrafa encontra-se relacionada, essencialmente, com a componente estética, mais do que com a necessidade de conservação do vinho.
No mercado português, os formatos mais comuns de garrafa são então:
- a garrafa bordalesa, que conforme o nome sugere, teve a sua origem na zona de Bordéus, sendo a mais utilizada para os vinhos. A sua estética com "ombros" altos e "pescoço" abrupto, dificulta a passagem de sedimentos para o copo;
- a garrafa borgonhesa, novamente aludindo à sua origem, nasceu na Borgonha, sendo uma das mais antigas. Esteticamente, apresenta-se larga e curta, de aspecto mais estilizado. O seu "pescoço" é gradual e os "ombros" apresentam-se em pendente. São as garrafas utilizadas em Portugal para o engarrafamento dos vinhos Dão DO;
- a garrafa renana, originária da região alemã do Reno, apresenta-se longa e estreita, com "ombros" pendentes;
- a garrafa alsaciana é a mais alta e delgada. Em Portugal é utilizada sobretudo no egarrafamento dos vinhos verdes;
- a garrafa tipo vinho espumante, permitida para a comercialização dos vinhos com Denominação de Origem e Indicação Geográfica. A sua rolha tipicamente apresenta a forma de cogumelo, sendo feita de cortiça ou outros materiais.
Outro aspecto a considerar no formato das garrafas é a sua capacidade. Esta característica é mais importante do que se julga, já que a mesma influencia o envelhecimento e a conservção do vinho. Os tamanhos mais comuns são:
- 375 mililitros;
- 75 centilitros;
- 150 centilitros, as chamadas Magnum;
- 300 centilitros, as chamadas Double-Magnum.
A cor do vidro é também uma questão que não é apenas estética pois é fundamental para proteger o vidro da acção da luz. É recomendável deste modo que se utilizem tons mais escuros para vinhos com capacidade de envelhecimento em garrafa, e mais claros ou incolores para vinhos brancos jovens, de forma a evidenciar e destacar a cor do vinho. Quanto às cores propriamente ditas, embore o verde seja a cor predominante, também existem garrafas de cor azul, âmbar e até mesmo negras.